O não cumprimento da Lei do Piso Nacional do Magistério e a falta de diálogo motivaram os professores de Presidente Figueiredo (a 126 km de Manaus) a acamparem na sede da prefeitura do município. Os profissionais de educação estão há três dias com as atividades paralisadas porque os 20,8% de reajuste salarial para equiparação com o piso nacional, que é de R$ 3.845,63 para 40h de trabalho, não foi efetivado pela gestão municipal. A situação foi levada à tribuna da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), nesta quinta-feira (23), pelo presidente da Casa, deputado estadual Roberto Cidade (UB).
Além de denunciar o descumprimento do repasse, Cidade afirmou que apresentará requerimento à Comissão de Educação da Aleam, solicitando a realização de audiência pública para debater sobre as demandas dos professores de Presidente Figueiredo e sobre a questão educacional do município como um todo.
“É um absurdo o que está acontecendo em Presidente Figueiredo. A prefeita Patrícia Lopes não abriu diálogo com os professores, não atendeu os representantes e nem sequer destacou o secretário municipal de Educação para receber os educadores. Vou solicitar a realização da audiência pública, via Comissão de Educação, para que possamos encontrar um caminho de diálogo e os professores não passem mais por esse constrangimento. Eles não estão pedindo nada que não seja de direito. O recurso existe. Faço um apelo para a prefeita, para que ela dialogue. Sem diálogo não se chegará a lugar nenhum. Isso é ruim para o povo”, afirmou Cidade.
Ramais
O parlamentar também chamou atenção para as más condições de trafegabilidade dos ramais de Presidente Figueiredo. A falta de infraestrutura tem prejudicado o escoamento da produção agrícola e revoltado os agricultores rurais.
Nesta quarta-feira (22), um produtor rural jogou, em forma de protesto, toda a produção de hortifruti em frente à sede da Prefeitura Municipal de Presidente Figueiredo.
“O município de Presidente Figueiredo tem a maior renda per capita do estado do Amazonas, é um município rico, que deveria ser um município modelo, que não tem dificuldade com logística, mas infelizmente a população tem ficado à mercê. Está ruim na educação, na infraestrutura, não há trabalho para melhorar os ramais. Presidente Figueiredo já assinou convênio com o Governo do Estado, mas até agora não deu início às obras de infraestrutura, não ajeitou os ramais. Os ramais estão intrafegáveis, os professores insatisfeitos e as cenas que temos visto de lá são lamentáveis. A prefeita Patrícia Lopes perdeu o prumo, perdeu o senso de administração”, falou.