Brasil – Uma declaração do vereador José Carlos Bebe Água (MDB) durante sessão na Câmara Municipal de Capela, no interior de Sergipe, gerou forte indignação e provocou uma onda de críticas nas redes sociais e em grupos de defesa dos direitos das mulheres. Em tom que aparentava ser de brincadeira, o parlamentar afirmou: “Na política quem mais maltrata é quem é beneficiado”, e, na sequência, comparou: “Quanto mais apanha, mais é que a mulher gosta do homem”. O comentário foi feito em plenário, diante de colegas parlamentares que, em sua maioria, reagiram com risadas. Para agravar ainda mais a fala, Bebe Água continuou: “É como o homem também. Já assisti homem tomando tapa no ouvido da mulher.” A repercussão negativa foi imediata. Diversos perfis nas redes sociais denunciaram o discurso como uma forma de naturalização da violência doméstica e de perpetuação de estereótipos machistas. Entidades feministas e defensoras dos direitos humanos cobraram providências e denunciaram a postura do vereador como incompatível com o cargo público. Tocador de vídeo 00:00 00:20 Diante da pressão, a Câmara Municipal de Capela divulgou uma nota oficial lamentando o episódio, mas sem citar diretamente o nome de José Carlos Bebe Água. No comunicado, publicado nas redes sociais, a instituição afirmou que “algumas expressões populares, embora parte do linguajar antigo, não refletem os valores de uma sociedade que busca a igualdade e o combate a todas as formas de violência contra a mulher”, e reforçou que “não endossa esse tipo de declaração”. Apesar da nota, até o momento, não houve qualquer anúncio de sanção ou abertura de procedimento disciplinar contra o vereador, o que tem alimentado ainda mais a indignação popular. Especialistas e ativistas lembram que falas como essa contribuem para a banalização da violência doméstica, um grave problema social no Brasil. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher é vítima de agressão a cada quatro minutos no país. A fala do vereador ocorre justamente em um momento em que crescem os debates sobre políticas públicas de proteção à mulher e campanhas de conscientização sobre violência de gênero. Procurado pela imprensa local, José Carlos Bebe Água ainda não se manifestou publicamente sobre a repercussão de sua fala.
fonte:cm7
