Mundo – Um dos terremotos mais intensos das últimas décadas abalou o extremo leste da Rússia na noite desta terça-feira (29), horário de Brasília. Com magnitude de 8,8, o tremor foi registrado no mar, a cerca de 126 km da cidade de Petropavlovsk-Kamchatsky, na península de Kamchatka, desencadeando tsunamis em diversos países banhados pelo Oceano Pacífico. O fenômeno já é considerado o mais forte da região desde 2011. As consequências foram imediatas. Ondas de até 5 metros de altura atingiram a cidade portuária de Severo-Kurilsk e o distrito de Elizovsky, onde foram registrados os maiores impactos na Rússia. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram ruas completamente alagadas, veículos submersos e pessoas tentando escapar da força das águas. Apesar do cenário de destruição, o Kremlin afirmou que não houve mortes e atribuiu o feito à solidez das construções locais e à rapidez dos sistemas de alerta. Alerta global de tsunami O alerta máximo de tsunami foi emitido para países da costa do Pacífico, incluindo Japão, Estados Unidos (com destaque para Havaí e Califórnia), México, Chile, Peru, Equador e nações da América Central. Governos locais ordenaram evacuações emergenciais em áreas costeiras. No Havaí, ondas de 1,74 metros atingiram a costa, forçando a evacuação de comunidades inteiras. Já na Califórnia, praias foram interditadas e as autoridades mantiveram o estado de atenção por várias horas. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou as redes sociais para pedir que a população “mantenha-se segura e siga as orientações das autoridades locais”. Horas após o evento, o Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico rebaixou o nível de ameaça no Havaí, informando que não há expectativa de um grande tsunami nos próximos momentos. Réplicas e erupção vulcânica O terremoto principal foi seguido por fortes tremores secundários, com magnitudes de 6,9 e 6,3. Especialistas alertam para a possibilidade de novas réplicas nos próximos dias, algumas delas podendo ultrapassar magnitude 7,5. Em uma escalada de eventos naturais, o vulcão Klyuchevskoy, um dos mais ativos da Rússia, entrou em erupção logo após o terremoto. A informação foi confirmada pela filial de Kamchatka do Serviço Geofísico Unificado da Academia Russa de Ciências. Ainda não se sabe se a erupção teve ligação direta com o sismo, mas especialistas avaliam que os eventos podem estar conectados. População em pânico Relatos de moradores à imprensa local retratam momentos de terror durante o terremoto. “As paredes tremiam. Ainda bem que já tínhamos uma mala pronta perto da porta com roupas e água. Corremos para fora assim que o chão começou a sacudir”, contou uma moradora à TV estatal Zvezda. Apesar da intensidade do terremoto e das imagens impressionantes de destruição, não há, até o momento, registro de mortos. Algumas pessoas ficaram feridas, mas sem gravidade, segundo informações das autoridades locais. Monitoramento contínuo Autoridades meteorológicas e de defesa civil em todo o Pacífico seguem monitorando a situação, enquanto o risco de novas ondas e tremores não está descartado. Especialistas classificam o terremoto como um dos mais potentes do século na região e destacam a importância dos sistemas de alerta e evacuação, que conseguiram evitar uma tragédia de maiores proporções. A população das regiões afetadas ainda enfrenta o medo do imprevisível. Enquanto isso, o mundo observa com atenção o que pode ser o prenúncio de uma nova temporada de intensos fenômenos geológicos no Anel de Fogo do Pacífico.
fonte:cm7