Indiciada pela 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte), Adélia de Jesus Soares, advogada de Deolane Bezerra virou alvo de uma investigação policial que apura esquema de exploração ilegal de jogos de azar no Brasil. O caso envolve uma rede criminosa internacional onde supostamente Adélia teria atuado como facilitadora e laranja. As informações são do site metrópoles.
O esquema criminoso está relacionado ao “jogo do tigrinho”, uma forma de exploração ilegal de jogos de azar. A investigação aponta que um grupo chinês foi responsável pela criação e operação do esquema. A PlayFlow Processadora de Pagamentos Ltda, uma empresa criada recentemente, é um dos principais focos da investigação.
De acordo com a polícia, com o rompimento do contrato entre outras duas empresas, a Okpayments e Anspacepay, o grupo chinês buscou alternativas para continuar a operação ilegal. Foi nesse contexto que a PlayFlow foi criada, com o objetivo de receber pagamentos provenientes de apostas ilegais. A empresa foi registrada na Junta Comercial de São Paulo (JUC-SP) em 11 de julho de 2024.
Adélia de Jesus Soares, que figura como administradora da PlayFlow, é acusada de ser um elo crucial no esquema. As investigações apontam que a constituição da PlayFlow ocorreu de maneira irregular. Utilizando documentos falsificados de uma empresa fictícia das Ilhas Virgens Britânicas, a Peach Blossom River Technology LTD, a PlayFlow foi registrada como representante dessa entidade no Brasil.
Essa prática, segundo a polícia, visa ocultar a verdadeira origem e o controle da empresa, dificultando o rastreamento das atividades ilícitas.
As investigações apontam, ainda, que a PlayFlow foi registrada com documentos falsos, incluindo um PDF inválido em inglês que supostamente representava os atos constitutivos da Peach Blossom River Technology LTD.
Por seu conhecimento profundo das leis e regulamentos brasileiros, Adélia Soares é suspeita de ter participação deliberada no esquema, uma vez que deveria estar ciente das irregularidades no processo de registro da PlayFlow. A sua atuação como administradora da empresa reforça a ideia de que ela desempenhou um papel ativo no esquema, destacou a PCDF.
O Relatório da 9ªDP também relata que, após ser confrontada com as evidências, Adélia negou conhecer os verdadeiros responsáveis pela PlayFlow, identificados como Michael e Riko, representantes do grupo criminoso chinês.
A advogada também negou ser a proprietária da empresa, mesmo com o contrato social que a coloca como administradora. Além disso, Adélia teria começado a ignorar os contatos e intimações da polícia.
Indiciamento
A advogada de Deolane foi indiciada por falsidade ideológica e associação criminosa. O indiciamento tem como base a participação dela na abertura da empresa de fachada para o grupo criminoso, facilitando a exploração ilegal de jogos de azar e a ocultação da identidade dos operadores.
A empresa é acusada de usar CPFs de pessoas falecidas e operações fraudulentas de câmbio para remeter valores para o exterior, caracterizando um esquema de lavagem de dinheiro para o grupo criminoso.
Fonte: D24am.