As famílias em situação de pobreza absoluta na Itália aumentaram para quase dois milhões, o que significa que cerca de 5,5 milhões de pessoas estavam nessa situação no ano passado, segundo um relatório publicado nesta segunda-feira (17) pela Cáritas.
De acordo com o XXI Relatório da associação católica sobre pobreza e exclusão social, intitulado O elo fraco, 9,4% da população italiana está em situação de pobreza absoluta, sendo mais grave no Sul do país.
O relatório baseia-se em estatísticas oficiais sobre a pobreza e dados de fontes da Cáritas, de quase 2,8 centros em todo o território nacional.
Em 2020 e 2021, a incidência de pobreza cresceu mais do que a média em famílias com pelo menos quatro pessoas, as que têm crianças entre 4 e 6 anos, e famílias de estrangeiros.
O relatório revela ainda que a pobreza é “herdada”. Dentre a população pobre do país, seis em cada dez pessoas estão nesta condição “por herança, porque nasceram em uma família pobre. Não há elevador social. A pobreza torna-se crônica”, diz o relatório da Cáritas.
“Se tudo correr bem, será preciso cinco gerações, cinco ‘elos fracos’ para atingir um nível médio de rendimento, contra 4,5, em média, nos países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico]”, aponta o relatório
Olhando este dados, o presidente da Conferência Episcopal Italiana, cardeal Matteo Zuppi, pediu ao futuro Governo que mantenha o auxílio de rendimento da cidadania, algo que a coligação que venceu as eleições tende a eliminar.
“Temos de fazer um ajuste” e “manter esse compromisso que deve ser tão importante no
momento em que a pobreza será ainda mais difícil, mais pesada e com o risco de gerar
ainda mais pobreza”, pediu o cardeal.
*Com informações da Agência Brasil