Portal C1 – Notícias
Manaus

Grave: CV e PCC quebram aliança e voltam a ser inimigos mortais no Amazonas

Amazonas – A trégua histórica entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), anunciada em fevereiro de 2025, chegou ao fim. Em comunicado oficial datado de 28 de abril, o PCC declarou o término da aliança com o CV, reacendendo a rivalidade que já deixou centenas de mortos em confrontos dentro e fora das prisões brasileiras. A ruptura marca o retorno de um dos conflitos mais violentos do crime organizado no Brasil, com potencial para agravar a segurança no Amazonas e em outros estados. O comunicado do PCC, assinado pela facção, destaca que a aliança, formada com o objetivo de “poupar vidas” e reduzir a violência banal, foi encerrada com “respeito e humildade” por ambas as partes. No entanto, a mensagem reforça a intolerância a práticas que ferem a “ética do crime”, como ataques a familiares ou pessoas inocentes, e enfatiza o compromisso com o respeito à vida humana. “Questões que ferem a ética do crime nunca foram e nem serão aceitas em nenhuma aliança ou amizade”, diz o texto. Apesar do tom conciliador, o fim do acordo sinaliza a retomada de hostilidades, com o PCC afirmando que permanecerá aberto ao diálogo apenas com quem defende a paz. Relembre: “Negociação de Paz”: PCC e CV articulam trégua e proíbem ataques uns contra os outros; veja A aliança entre as duas facções, anunciada em 11 de fevereiro pelo CV no Amazonas e confirmada no dia seguinte pelo PCC em São Paulo, havia surpreendido pelo ineditismo. Comunicados de ambas as organizações proibiam ataques mútuos e indicavam negociações para uma trégua nacional, com o objetivo de reduzir a violência em presídios e nas ruas. A aproximação era motivada pela pressão de líderes encarcerados em penitenciárias federais de segurança máxima, onde restrições severas limitam comunicações e visitas. Advogados das facções, segundo monitoramento prisional, atuaram como intermediários, articulando estratégias para melhorar as condições de seus líderes e aliviar a repressão do Sistema Penitenciário Federal (SPF). A trégua, embora frágil, trouxe uma redução temporária nos confrontos. No entanto, a ruptura anunciada pelo PCC expõe a dificuldade de manter acordos entre organizações marcadas por décadas de rivalidade. O CV, fundado em 1979 no Rio de Janeiro, e o PCC, criado em 1993 em São Paulo, já foram aliados até 2016, quando disputas por territórios e controle prisional desencadearam uma guerra sangrenta. O conflito culminou em massacres como o de Manaus em 2017, quando 56 detentos, majoritariamente ligados ao PCC, foram assassinados pela Família do Norte, aliada ao CV. No Amazonas, a retomada da rivalidade entre as facções reacende o temor de uma nova onda de violência. A região, estratégica para o tráfico de drogas devido à proximidade com rotas internacionais, tem sido palco de disputas territoriais intensas. Especialistas alertam que o fim da aliança pode resultar em confrontos dentro de presídios e nas ruas, agravando a crise de segurança pública. O governo estadual ainda não se pronunciou sobre medidas para conter a escalada de tensão. 

fonte:cm7

Publicidade

Mais deste tema...

Carregando....
Translate »