Amazonas – O ex-vereador de Presidente Figueiredo, Maurício Gomes de Souza, foi condenado nesta semana pelo Tribunal do Júri da capital amazonense por envolvimento no assassinato do corretor de imóveis Antônio Edson Carvalho de Lima, ocorrido em julho de 2017, em Manaus. O homicídio, segundo o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), foi executado a mando de Maurício e estaria relacionado a uma disputa pela posse de um terreno avaliado em milhões de reais, situado na Avenida Torquato Tapajós, zona oeste da capital. O crime foi classificado como homicídio qualificado, cometido por motivo torpe e mediante emboscada. Além de Maurício, também foram denunciados os PMs Magson Gomes de Souza e Tonny Darco Rodrigues da Silva (estes ainda serão julgados no dia 10 de junho), o corretor Rubens Custódio Júnior, e o empresário de origem libanesa Imad Alawie, conhecido como “Mike”. Segundo o processo n.º 0627376-28.2017.8.04.0001, a vítima foi atraída ao local do crime sob o pretexto de uma negociação imobiliária. Quando chegou à Rua Comandante Eyner Encarnação, bairro da Paz, foi surpreendida e alvejada com diversos disparos por um dos executores. O laudo necroscópico confirmou que os ferimentos resultaram na morte imediata do corretor. De acordo com o MP, o crime teria sido motivado por uma disputa envolvendo a regularização de um terreno que, embora fosse de propriedade da Inspetoria Salesiana Missionária da Amazônia Pró-Menor Dom Bosco, era alvo de negociações ilegais. A vítima teria rompido um contrato com o empresário Imad Alawie e passado a colaborar com os verdadeiros donos do terreno, o que gerou represálias. Maurício Gomes de Souza, segundo o MP, atuava como “testa de ferro” de Imad nas negociações e foi o responsável por orquestrar a morte do corretor. Durante o julgamento, o MP pediu a absolvição de Imad Alawie por falta de provas diretas de seu envolvimento, embora o próprio órgão tenha afirmado na denúncia original que havia indícios fortes de que ele havia encomendado o crime. Já Maurício foi condenado por homicídio simples, e Rubens Custódio Júnior, por participação de menor importância no homicídio qualificado por emboscada. O policial militar Tonny Darco Rodrigues da Silva, além de ser apontado como executor, também é acusado de falsidade ideológica, por ter registrado falso boletim de ocorrência alegando o furto da motocicleta usada no crime. O veículo foi misteriosamente encontrado dois dias depois, por colegas da 12ª Cicom, e devolvido ao acusado. O julgamento dos policiais acusados de executar o crime — Tonny e Magson — foi adiado para 10 de junho de 2025 por ausência justificada da defesa técnica. Outro caso Em 9 de outubro de 2019, Maurício Gomes de Souza foi preso ao lado de sua esposa, Jussara da Silva Marreiro, por suspeita de aplicar um golpe de R$ 2,6 milhões na venda de um imóvel alugado. O caso envolveu a venda de uma casa que não pertencia ao casal, com o proprietário descobrindo a fraude ao tentar cobrar aluguéis atrasados. Segundo o delegado Demétrius Queiroz, a Polícia Civil investigava a participação de um cartório na transação, devido a uma procuração registrada. Maurício alegou ser vítima de perseguição política e afirmou ter recibos comprovando o pagamento do imóvel, negando as acusações. Ele expressou confiança em sua soltura, afirmando que a justiça seria feita a seu favor.
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