O governo dos Estados Unidos anunciou, por meio da Ordem Executiva nº 14.346, que as exportações brasileiras de celulose e ferro-níquel não estarão mais sujeitas às tarifas adicionais impostas neste ano. A decisão, divulgada em 5 de setembro, elimina tanto a alíquota de 10% quanto a sobretaxa de 40% que vinham sendo aplicadas.
Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 1,84 bilhão desses produtos para os EUA, equivalente a 4,6% do total exportado ao mercado norte-americano. A maior parte correspondeu à celulose — especialmente pastas químicas de madeira não conífera e conífera — que somaram US$ 1,55 bilhão.
Com a exclusão, 25,1% das exportações brasileiras destinadas aos EUA ficam livres das tarifas adicionais. Atualmente, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), 34,9% das vendas externas ao mercado norte-americano (US$ 14,1 bilhões) seguem sob incidência das sobretaxas de 10% e 40%; 16,7% (US$ 6,8 bilhões) pagam apenas a tarifa de 10%; e 23,3% (US$ 9,4 bilhões) estão sujeitas a tarifas específicas aplicadas a todos os países.
O vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, avaliou a decisão como um avanço para o setor brasileiro de celulose, mas destacou que ainda há negociações em curso.
“O governo segue empenhado em diminuir a incidência de tarifas dos EUA sobre os produtos brasileiros. Esta ordem executiva representa um avanço, sobretudo para a celulose, mas ainda há muito a ser feito”, afirmou