Portal C1 – Notícias
Mundo

EUA e China assinam acordo sobre minerais raros em tentativa de encerrar guerra comercial

Mundo – Em um passo simbólico rumo à distensão da prolongada guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, os Estados Unidos e a China assinaram um novo acordo bilateral que garante o acesso americano a minerais de terras raras, essenciais para diversas indústrias estratégicas. A informação foi confirmada pela Casa Branca na noite desta quinta-feira (26) e detalhada pelo governo chinês nesta sexta-feira (27). O pacto foi firmado discretamente na quarta-feira, segundo o presidente americano Donald Trump, e representa um avanço após meses de negociações tensas. Em troca da aceleração dos embarques chineses de minerais estratégicos, os Estados Unidos se comprometeram a liberar novamente o ingresso de estudantes chineses em universidades americanas, medida que havia sido restringida nos últimos anos. “O governo e a China concordaram com um entendimento adicional para uma estrutura de implementação do acordo de Genebra”, afirmou um porta-voz da Casa Branca. “Isso nos permitirá acelerar o fluxo de terras raras para os Estados Unidos novamente.” China cede, mas não abre mão do controle Embora tenha concordado em aumentar os embarques, a China deixou claro que continuará filtrando as licenças de exportação de itens considerados sensíveis. A medida visa preservar sua soberania comercial e manter algum nível de influência sobre o fornecimento global desses minerais. Durante a guerra tarifária acirrada entre os dois países, iniciada em 2018 e reativada com força após Trump reassumir a presidência em janeiro de 2025, Pequim retaliou os aumentos de tarifas americanos com a suspensão de exportações de terras raras — um duro golpe que afetou cadeias globais de produção nas indústrias automobilística, aeroespacial, de semicondutores e defesa. O que são terras raras e por que importam? As chamadas terras raras são um grupo de 17 elementos metálicos — como escândio, ítrio e os lantanídeos — com propriedades únicas que os tornam indispensáveis para tecnologias de ponta, como painéis solares, turbinas eólicas, celulares, mísseis, radares e carros elétricos. Atualmente, a China domina mais de 80% da cadeia global de produção e refino desses materiais, o que lhe confere um poder geopolítico significativo. Boa parte dos equipamentos militares norte-americanos também depende diretamente de insumos extraídos e processados em solo chinês — uma vulnerabilidade estratégica que ficou exposta durante o auge das tensões comerciais. Acordo é avanço, mas clima ainda é de cautela Apesar de sinalizar um possível degelo nas relações comerciais, o novo acordo não encerra formalmente a guerra comercial. Ainda existem pendências tarifárias, subsídios, e disputas tecnológicas que deverão ser tratadas em rodadas futuras. “O acordo representa um progresso, mas ainda há um longo caminho até um pacto comercial amplo e definitivo”, avaliou Amanda Péchy, especialista em comércio internacional. Trump, por sua vez, sugeriu que um novo acordo com a Índia pode estar a caminho, ampliando o tabuleiro geopolítico do comércio global. Enquanto isso, o mundo observa com atenção os próximos capítulos da disputa que já alterou fluxos globais de comércio, afetou mercados financeiros e remodelou alianças econômicas em escala planetária. 

FONTE:CM7

Publicidade

Mais deste tema...

Carregando....
Translate »