O ato de “pirangar”, para quem não está acostumado com o termo, é o mesmo que se aproveitar. O “pirangueiro”, por definição, é aquele que se aproveita de pessoas e/ou situações. Pois bem, é assim que a empresária Egreen Baranda administra o empreendimento familiar na Ilha Tupinabarana, o Kwait Club. Uma lástima para o turismo local e uma verdadeira afronta aos visitantes que pagam e não recebem os serviços prometidos.
A começar pela atracação dos barcos, etapa na qual os clientes encontram a desassistência e desinformação do local específico. Onde devemos atracar? Sinalização não há. No nosso caso, tivemos de atracar, desatracar, esperar a chegada de uma balsa auxiliar e só aí pudemos ficar atracados corretamente. Trabalho e risco desnecessários pelo valor de R$ 1 mil por metro de largura cobrado na ancoragem da embarcação. Pagamos R$12 mil pelo péssimo serviço. Detalhe: pagamos a docagem e não recebemos nenhum documento fiscal desta operação, o que caracteriza evasão fiscal.
Quando aconteceu o “empulseiramento” dos nossos passageiros, o tom foi de deselegância e imposição de inúmeras regras unilaterais. Temos capacidade de 46 passageiros e só recebemos 20 pulseiras e, por conta disso, ainda tivemos de pagar os excedentes pelo valor de R$400. Segundo a senhora Tábata, Gerente de Operações, esta era a pulseira “mais desejada” da cidade. Então fica a pergunta: esse objeto de desejo é cobrado por passageiro, por metro de atracação ou pela “pirangagem” da empresa? Também não nos foi dado nenhum documento fiscal da compra dos serviços e produtos consumidos.
No carregamento das pulseiras, feito online por maquininhas de cartão, foi cobrado uma taxa de R$10 de cada cliente. Ou seja, agora, para a automação do sistema do serviço de bar e restaurante utilizados pela empresa, o consumidor deve “pagar” pelo sistema. Um oportunismo sem tamanho. Será que o consumidor não está sendo lesado? Será que essa taxa é legal? Além disso, não venha pedir reembolso do seu carregamento no local. Somente o pagamento tem que ser imediato, enquanto o reembolso só acontece online e depois de alguns dias.
Com uma programação de shows musicais, o local não respeita o código de postura do município e nem o bom senso. O som em alto volume vai até às 6h, descumprindo seu próprio “regulamento” e normas, causando poluição sonora e transtorno aos passageiros das embarcações. Já no embarque e desembarque, tínhamos que passar pelo meio da pista de dança, sem local específico para esta operação. Destacamos ainda a péssima limpeza dos banheiros, falta de estação de tratamento de esgoto e uma política de recolhimento e reciclagem do lixo.
A praça de alimentos também ficou devendo. Não haviam os restaurantes prometidos como hamburgueria e outros e as bebidas eram vendidas a preços exorbitantes e servidas quentes. Os combos promocionais dos camarotes não foram fornecidos. No local, também não estavam presentes loja conveniência 24 horas e mini-drograria. O serviço de customização de camisas não existiu e o transfer não funcionou no primeiro dia. Não contamos com serviço concierge e a segurança era altamente truculenta, sempre impondo novas regras, a cada dia. Não evitavam o consumo de tóxicos no local, que empestavam a área dos transfers.
Infelizmente, o esforço monstruoso feito pelo patriarca João Pedro Baranda, idealizador do empreendimento na década de 90, em parceria com a Coca-Cola, está indo ralo abaixo. A “pirangagem” está deteriorando o patrimônio construído por um visionário turístico, motivo pelo qual não podemos ficar calados. Vide o Hotel Ariaú que faliu após a má gestão e ingerência dos sucessores. Sinceramente, Parintins não pode perder este empreendimento por desorganização e desrespeito aos clientes. Continuaremos alertas e firmes no propósito de defender o turismo e seu maior patrimônio, o TURISTA!
Pelo fim da pirangagem no Kwait Club em Parintins, Turismo Eu Acredito!
FONTE: PORTAL HOLANDA