A sala “Selma Bustamante” será palco da estreia do espetáculo “Medéia: Nas sombras da comédia”, uma releitura irreverente do clássico de Eurípedes, criada e encenada por estudantes do curso de Teatro da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
Com entrada gratuita, a apresentação possui classificação de 18 anos e acontecerá a partir das 18h deste sábado (28/6), na Escola Superior de Artes e Turismo (Esat/UEA), localizada na avenida Leonardo Malcher, 1.728, Praça 14 de Janeiro.
Após a estreia, haverá uma roda de conversa entre os artistas e o público, com o intuito de promover um momento de diálogo entre estudantes, docentes e a comunidade artística local. A mediação será feita pela artista e também aluna da UEA Andira Angeli, que trará provocações sobre os processos criativos, os atravessamentos da cena e a construção coletiva da obra.

Conheça o grupo
A montagem é assinada pela Cia Kinttal 24 de Teatro, grupo surgido em 2024 como iniciativa de alunos da graduação, a partir de uma proposta cômica e de troca de gêneros da tragédia grega “Medéia”. O que nasceu como uma cena para sala de aula, rapidamente ganhou visibilidade e repercussão positiva entre colegas e professores. O sucesso levou à expansão do projeto, que passou pela Mostra Interdisciplinar de Teatro (Mito) e culminou, no fim daquele ano, na estreia de uma versão estendida com 1 hora e15 minutos de duração.
Este ano, o grupo cresceu e foi, oficialmente, batizado como Kinttal 24, em alusão à universidade como “quintal criativo” dos estudantes. Apostando no humor, na crítica e na inventividade como forças cênicas, a companhia apresenta, agora, sua estreia pública como grupo independente, reafirmando o compromisso da UEA com a arte, a extensão universitária e o diálogo com a comunidade.
Uma tragédia que virou comédia
“Você já viu uma tragédia grega virar motivo de gargalhada?” Essa é a provocação que lança o espetáculo. Em “Medéia: Nas sombras da comédia”, a clássica história de traição, vingança e feitiçaria é desmontada e reconstruída com paródias, improvisos, figurinos exagerados e humor ácido. O texto original é atravessado por camadas de deboche, poesia amazonense e uma teatralidade que flerta com o grotesco, o kitsch e o contemporâneo.
A proposta é rir do que seria trágico – ou chorar de tanto rir. Uma Medéia que o público não espera, mas que precisa conhecer.