A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) iniciou, na segunda-feira (22/10), as atividades do V Encontro da Rede Latino Americana de Conflitos Ambientais (CoLCA) e do curso de Ecologia Política, Economia Ecológica e Social Latino Americano, que acontecem até o dia 25 de outubro, das 8h às 18h, no Centro de Convenções do Amazonas Vasco Vasques, localizado na avenida Constantino Nery, 5.001, Flores.
O evento, em sua primeira edição no Brasil, reúne cientistas, estudantes e lideranças sociais que estão debatendo o tema “Justiça climática, transições socioecológicas e movimentos sociais”, em uma programação que envolve palestras, mostras audiovisuais e apresentações de trabalhos.
Na abertura do encontro, o pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UEA, Prof. Dr. Roberto Mubarac, representando o reitor da UEA, Prof. Dr. André Zogahib, ressaltou que os problemas ambientais da Amazônia precisam ter mais atenção do mundo. “A Amazônia deve ser enxergada por meio de suas realidades, que seja uma dura realidade, mas precisa ser enxergada. Infelizmente, o que a gente percebe atualmente é uma romantização da nossa região e parece que a Amazônia virou um produto para ser vendido para todos os lugares. E precisamos ter muita responsabilidade e dizer: aqui, na Amazônia, moram caboclos, indígenas, ribeirinhos, toda uma população que carece de políticas públicas, que carece de um olhar extremamente especial do estado para que as nossas populações sejam atendidas”, afirmou Mubarac.
Diversidade na participação
O representante da ColCa, Prof. Dr. Francisco Suárez, destacou a oportunidade da troca de ideias com a participação de pessoas oriundas de diversos setores da sociedade, além do meio acadêmico. “O mais valioso da Colca é o encontro e o que pode gerar o encontro. O encontro entre acadêmicos com as organizações sociais, os gestores públicos, os promotores culturais, os artistas e as organizações sociais. Isso é o que quer promover a Colca”, afirmou Suárez.
COP 30
A vice-reitora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Prof.ª Dra. Therezinha Fraxe, saudou os cientistas presentes, alunos de graduação e pós-graduação, e destacou a presença de lideranças sociais. Ela lembrou que os debates realizados no encontro devem compor uma proposta prática para ser levada a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30, que acontece em novembro de 2025, em Belém, no Pará.
“Eu cumprimento às diversas culturas e religiosidades aqui presentes, que somente no entendimento do que nós trazemos para cá, para esse momento, com a nossa cultura, com as nossas dores, com os nossos sentimentos, iremos levar ao final. Isso, sim, para mim, representa uma COP: levar para a COP 30, ano que vem, no Pará A resposta que a UEA vai dar por meio desse evento”, disse a professora Fraxe.
Conquista institucional
O organizador geral do evento e coordenador do Núcleo de Estudos Socioambientais da Amazônia da UEA, Prof. Dr. Pedro Raposo, relatou a mobilização e o esforço de realizar um encontro dessa magnitude em Manaus. O trabalho, que começou há dois anos, teve o apoio da Eeitoria da UEA, o que foi essencial para a realização do evento.
“Quero destacar, aqui, o tema do nosso congresso. Ele abrange as dimensões das transições socioecológicas articuladas aos movimentos sociais, a todo o debate por trás dessa discussão, que será apresentado durante todo o congresso. Também destacar que nós tivemos mais de 250 trabalhos inscritos, que estarão compondo todos os eixos temáticos dos grupos de trabalho que iniciam no dia 23, às 10h. E trabalhos magníficos de inúmeros países, de inúmeras regiões do Brasil também, da América Latina, da África também. Isso tudo para dizer da magnitude que tem se tornado esse evento por intermédio da rede latino-americana de conflitos ambientais, oportunizando o debate e, sobretudo, esse curso de Ecologia Política, Economia Ecológica e Social”, afirmou Pedro Raposo.
A mesa de abertura também teve a presença da Prof.ª Dra. Lúcia Puga, coordenadora do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH) da UEA. “Desejamos que este evento seja grandioso. É claro que será discutida a situação que estamos vivendo . Não podemos perder de vista que estamos aqui justamente porque queremos que essas coisas possam mudar só um diagnóstico do que não está bem. Mas há esperança de que as coisas possam ser modificadas, melhoradas para o futuro, nosso futuro aqui, aquele futuro que falávamos que estava distante mas que está aí se avizinhando de um mundo muito dramático”, afirmou a coordenadora