O meio político comenta há pelo menos dois meses sobre o interesse do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Roberto Cidade (União Brasil) em ser candidato a prefeito de Manaus na eleição de 2024. Entre os deputados estaduais, a expectativa era de que o governador Wilson Lima, correligionário dele, declarasse apoio ao aliado ainda este ano, dando-lhe tempo suficiente para estruturar a campanha. Tanto que ontem um deles, Adjuto Afonso, do mesmo partido dos dois, os colocou lado a lado em palanque armado durante festa de confraternização no Clube Municipal, na zona Centro-Oeste da capital. O chefe do Executivo fez questão de elogiar o pretenso candidato, mas ainda não manifestou o esperado apoio.

Afonso e o filho, Diego, vereador de Manaus, são entusiastas da candidatura de Cidade e mostraram isso durante o evento. Fizeram questão da presença de Lima também e viam na ocasião uma chance grande da aguardada declaração de apoio. Era visível a tensão no palanque a espera do pronunciamento. E ele aconteceu, mas não do jeito que os anfitriões esperavam.

 

Lima fez questão de dizer que Cidade veio do interior, da calha do Madeira, e que conhecia os problemas dos municípios, além de ajudar a solucioná-los. Mas também afirmou que o aliado age com serenidade e sabedoria. “Não é fácil ser presidente da Assembleia Legislativa”, enfatizou. E acrescentou que, em política, “é preciso ter paciência e equilíbrio”. Mas também procurou colocar o presidente da Aleam no seu barco, ao dizer que os dois fazem parte de “um momento diferente da política”, além mencioná-lo como alguém que está ajudando a fazer grandes obras em Manaus, como o Anel Sul e o Anel Leste, além dos restaurantes Prato Cheio.

O momento em que o governador mais se aproximou de uma declaração de apoio foi no final do discurso, quando desejou sucesso a Cidade nos projetos que está tocando, sem mencionar quais, e arrematou: “Conte comigo, aqui você tem um irmão”.

Em política, declarações de apoio costumam ser explícitas, para não deixar dúvidas nem permitir margem a interpretações. Não foi o caso de ontem. E provavelmente, no caso de Lima, não será tão cedo.

FONTE: blogdohiellevy