Modelo de desenvolvimento econômico mais bem sucedido do país, a Zona Franca de Manaus (ZFM) completa, nesta terça-feira (28/02), 56 anos de existência. A data celebra a publicação do Decreto de Lei nº 288, de 1967, que instituiu a autarquia e reformulou as diretrizes da ZFM, criada inicialmente para operar como Porto Livre.
Para o presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador Caio André (PSC), a data merece ser comemorada, mas, sobretudo, a Zona Franca merece a atenção e o cuidado de todos.
“Nós vereadores, esta Casa (Legislativa), nos colocamos sempre a favor da população, dos empregos e, portanto, da Zona Franca de Manaus. É uma data importante, mas nós precisamos ter um olhar preocupado, ter um olhar de muito cuidado para aquele que é nosso principal modal econômico”, enfatizou o presidente da CMM.
Coordenada pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), a ZFM consiste principalmente no Polo Industrial de Manaus (PIM), onde estão concentradas cerca de 500 empresas do segmento, com faturamento estimado em mais de R$ 170 bilhões ao ano.
Atualmente a Zona Franca de Manaus gera, aproximadamente, 500 mil empregos, fabricando produtos que fazem parte do cotidiano brasileiro, como smartphones, videogames, TVs, notebooks, motocicletas e outros produtos eletrônicos, além de garantir a preservação de 98% da mata nativa do Amazonas em pé, o que significa 1,5 milhões de quilômetros quadrados de área verde preservada.
Desafios – Mesmo com todos os benefícios proporcionados em âmbito local e nacional, a curto e longo prazo, a Suframa e o modelo ZFM ainda passam por diversos desafios para se manter em plena atividade.
No ano passado, o então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), assinou um decreto reduzindo em até 25% o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), prejudicando diretamente o PIM, já que outros estados também poderiam ter seus impostos reduzidos.
Já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), declarações dadas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, de que uma das metas da reforma tributária é acabar com o IPI, o modelo ZFM voltou a ficar ameaçada, o que continua gerando preocupação entre políticos e empresários.
Presidente da Comissão de Turismo, Indústria, Comércio, Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda da CMM, o vereador Sassá da Construção Civil (PT) disse que tem como objetivo à frente da Comissão a geração de emprego e que já vai iniciar algumas tratativas.
“A partir de março vou reunir com alguns empresários, com o Governo do Estado, com a Prefeitura (de Manaus), para termos ainda mais modelos (a exemplo da ZFM) e, assim, gerar mais empregos em Manaus. Nós queremos que tenha mais emprego para o povo do Amazonas e eu vou cobrar isso”, enfatizou o vereador.