O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou ao palco das negociações internacionais fazendo várias promessas durante sua visita à COP27, em Sharm el-Sheik, no Egito.
Ao longo de três dias, Lula disse o que o mundo queria ouvir sobre mudanças nas políticas ambientais do país, especialmente sobre a preservação da Amazônia, e declarou para uma plateia totalmente aliada que “o Brasil voltou”.
A frase de impacto, na verdade um plágio da declaração do presidente americano Joe Biden que também afirmou logo que assumiu que a “América está de volta”, ganhou as manchetes de várias publicações do mundo. Era o que Lula tinha planejado.
Em seu principal discurso, o petista fez a ousada promessa de chegar ao desmatamento zero em todos os biomas brasileiros até 2030. Não se sabe se essa meta é realmente factível, num momento em que a destruição da floresta amazônica, por exemplo, vem aumentando.
O presidente eleito não disse como pretende atingir esse difícil objetivo e não detalhou que políticas específicas vai implementar depois de assumir, no dia 1º de janeiro – mas isso não ganhou destaque na imprensa internacional.
Do ponto de vista das relações diplomáticas e também de marketing internacional, a visita do presidente eleito à Cúpula do Clima da ONU teve os efeitos que o petista buscava.
O foco dos discursos de Lula foi prometer ao mundo que ele elevará à prioridade máxima a preservação ambiental. O presidente eleito reforçou temas que pautaram sua campanha, como a criação do Ministério dos Povos Originários, além da política de desmatamento zero.
Lula também aproveitou os holofotes da mídia nacional e internacional para criticar o governo do presidente Jair Bolsonaro, pedir reformas na ONU e defender a luta contra a miséria, a pobreza e a fome.
O presidente eleito aproveitou os três dias no Egito para se reunir com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e com as maiores lideranças climáticas do mundo.
A Guterres, ele propôs oficialmente que a COP30, em 2025, seja realizada em um estado amazônico – o Amazonas ou o Pará. Lula também voltou a defender mudanças no sistema de governança da ONU, como havia feito em seu discurso.
FONTE: CNN